terça-feira, 26 de outubro de 2010

Memórias I

Houve uma gaja que uma vez (que me lembre, não se repetiu) não me fez um broche quando eu queria que ela me fizesse um broche. O mesmo é dizer quando tinha o dever de fazer o broche - quando digo o mesmo é dizer não estou a usar nenhuma figura de estilo. Talvez a perda do hábito de cumprimento de ritos fálicos ajude a perceber os diversos crimes praticados quotidianamente contra o tesão.

Hoje, depois de acordar da sesta com a mão sub-repticiamente do lado de dentro das calças e das cuecas, e ao verificar que ainda tinha tempo, voltei a um estado de entre-o-sono-e-a-vigília em que reestabeleci contacto com aquele momento de má memória em que saí da cama de tesão a abanar e aproveitei da plasticidade do passado para reverter esse momento para a acção justa, devida, natural, único desfecho, etc., até ao culminar.

Passei a tarde com a sensação de que os canos não estavam bem limpos, o que me levou a uma conclusão: aquela gaja não sabe sacar bicos. O que, de resto, ajuda a explicar a atitude dela.

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