Portugal continua a ser o grande laboratório do mundo. O corolário número 1 da lei de Murphy: "Se uma coisa pode correr mal, vai especialmente mal em Portugal." Sabemos que somos um país de gente corcovada. Uma leitura das primeiras páginas d'O Mandarim logo nos dá um "Infelizmente corcovo - do muito que verguei o espinhaço, na Universidade, recuando como uma pega assustada diante dos senhores Lentes; na repartição, dobrando a fronte ao pó perante os meus Directores-Gerais." Só em Portugal, pensa o adepto dessa Religião tão da moda que é o da divindade "Estrangeiro", local de mérito, disciplina e regozijo. Mas segue que "esta atitude de resto convêm ao bacharel; ela mantém a disciplina num Estado bem organizado(...)". Num Estado bem organizado. Claro. Num qualquer. Onde haja Estados, eles se manterão disciplinados porque há quem se predisponha a corcovar. Ou, como dizia o Celine, no Nunca Assobies Enquanto Mijas, os cobardes encaram a sua obediência como uma virtude.
Querem exemplos? Olegário Benquerença, é claro. Corcovante de uns quaisquer interesses a quem convinha que o Benfica perdesse pontos em Guimarães. Olegário Benquerença é o exemplo de tudo o que está mal com a gente deste país, e portanto com as gentes do mundo. O prémio é tão mesquinho que só um companheiro corcovante o poderá apreciar, desejando com ódio a ele mesmo o não ter corcovado como lhe convinha. À promoção. À protecção da gente a que é "preciso agradar".
O Hicks chamava-lhes "suckers of Satan's cock". O corcovado, presume-se, ajuda à operação.
10 anos de Alfaiate
Há 6 anos
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